quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Insetos Interiores


Notas de um observador:
Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de maestra-los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.
(Fernando Anitelli - Teatro Mágico)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Irmãs Bronte

(Filme - Jane Eyre - 1944)
Recentemente li o livro “Jane Eyre”, da escritora Charlotte Bronte - irmã de Emily Bronte que escreveu “Wuthering Heights" (O Morro dos Ventos Uivantes - traduzido para o Português). 
 Mais uma vez me surpreendi com a extraordinária capacidade dessas duas escritoras inglesas em construir personagens tão intensos e marcantes.


Em “O Morro dos Ventos Uivantes”, Emily Bronte deu origem a Heathcliff, personagem considerado um arquétipo do herói byroniano, cuja paixão é tão intensa que chega a destruir a si mesmo e aos outros ao seu redor.

E em Jane Eyre (pronúncia correta: Jane Ér), Charlotte Bronte traz à tona a emancipação da mulher onde a protagonista prova que as mulheres eram capazes de trabalhar e ter uma vida, independente de se casarem ou não.

(Filme - Wuthering Heights - 1944)
Estes, são dois livros que estão na minha lista dos favoritos. Aliás, não tenho a versão impressa de nenhum deles e o Natal está chegando... Se alguém quiser me presentear...

Agora estou na luta para baixar a adaptação de 1944 do livro para o cinema. O elenco traz Orson Wells (Edward Rochester) e Joan Fontanie (Jane Eyre).
Faz quase duas semanas que estou esperando a conclusão do download e nada...



Ops! Já ia me esquecendo... Como falar de "O Morro dos Ventos Uivantes" sem mencionar a música 'Wuthering Heights' da louca da Kate Bush
Curiosidade: Esta canção é de composição da própria Kate Bush, com base no livro "Wuthering Heights". Fez grande sucesso no Reino Unido, transformando-se em uma balada internacional, sendo mais tarde regravada  pela banda brasileira Angra. 

domingo, 14 de agosto de 2011

Teoria da conspiração da camisa xadrez

É impressionante como a moda do xadrez pegou de vez!

Há alguns anos, eu só via alguém usando xadrez em duas ocasiões extraordinárias: Em visita à cidade do interior ou em época de Festa Junina. Agora? Basta virar a esquina para dar de cara com um indivíduo usando xadrez. Tá todo mundo na onda: padeiro, açougueiro, feirante, vendedor ambulante... Os mecânicos já aposentaram o macacão cinza faz tempo. Agora o negócio é usar xadrez!

A camisa xadrez tornou-se uma espécie de amuleto da sorte para os mais superticiosos - que ao invés de utilizarem seus antigos escapulários, galhinhos de arruda, figas da sorte ou algo do tipo - agora preferem usar xadrez também.

A galera do Sertanejo Universitário então.... É xadrez pra todo lado. Isso sem falar do cinto invocado com uma fivela que é do tamanho de um disco voador, só que bem mais pesado, claro. Acho que é por isso que os caras que usam estes cintos andam meio encurvados. Só pode ser por causa do peso da fivela!

Que o xadrez tornou-se preferência nacional isso é óbvio, mas, o que resta saber agora, é se ela ameaça roubar o lugar do uniforme da Seleção Brasileira de Futebol. Já pensou?

Ideal se as pernas forem amarelas.
Aliás, fica aqui minha singela sugestão: Que tal trocar o uniforme dos jogadores por camisa e short xadrez? Imagina só: Cada jogador poderia escolher uma estampa de sua preferência e pronto, “simbora pro jogo”! Seria uma composição bastante interessante e, levando em conta que em breve teremos Copa do Mundo (momento em que os brasileiros tornam-se muito mais superticiosos), um novo uniforme viria muito a calhar. Fica aí minha contribuição.

Mas fique muito atento... Se você ouvir essa ideia maravilhosa sendo proferida pela boca maldita de algum estilista metido a besta, lembre-se: eu disse primeiro, ok?

Aproveitando que levantei essa “lebre”, quero colocar em debate uma questão que algum tempo tem despertado minha curiosidade:

Alguém sabe me dizer por que os roqueiros usam xadrez? E não adianta negar porque recentemente fui num Show de Rock e deu estampa xadrez pra todo lado!

Eu realmente gostaria de entender isso... O xadrez não tem nada a ver com o estilo deles. O que aconteceu com o bom e velho preto básico e com a calça jeans esfarrapada?

Enfim, posso até não ter resposta pra isso. Mas, reforço a ideia de trocarem o uniforme da Seleção Brasileira pelo xadrez. São muitas possibilidades, por exemplo: se o Brasil perder você poderá usar sua camisa xadrez em qualquer ocasião: atividades domésticas, festas, noivados, batizados, congressos, shows (rock ou sertanejo) e, ainda assim, não correrá o risco de estar fora de moda. Enquanto que a camisa oficial da seleção, além de custar uma nota preta, depois da fase de euforia (ou frustração) fica escondida no fundo do guarda-roupa até a próxima Copa. Pense nisso.

 Ah! Poderíamos ter um mascote!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Músicas...

Sabe quando você escuta uma música e pensa: "Essa música me lembra tal pessoa?".
Bom, isso não quer dizer que a música em questão é a preferida dela, mas por algum motivo ou circunstâncias específicas, você acaba relacionando a música sempre àquela pessoa. Tipo, trilha chata de novela que gruda que nem chiclete?

Então... Resolvi fazer minha lista pessoal por ordem alfabética.

Elisangela (Finalmente uma música que supera aquela do Zeca Pagodinho)

Grazi

Hiarlas

Igor (afilhado)

José (compadre)

José

Kelly

Lucia

Luciene

Lei 


Lucas (afilhado)




terça-feira, 9 de agosto de 2011

Se for de aplaudir...

Contrariando "certos indivíduos", que dizem que tenho gosto musical duvidoso, deixei de lado o orgulho ferido e resolvi defender minhas preferências musicais.
E para celebrar este momento sublime de aceitação de "mim" e ao mesmo tempo prestigiar esta maravilhosa banda que curto demais, selecionei dois vídeos que particularmente adoro. Linda fotografia!





Banda Suéteres
Lucas Faria: Guitarra e Voz
Igor Silva: Guitarra e Voz 
Gabriel Foltran: Bateria 
Guinho Brüner: Baixo e Voz